Polícia flagra 316 motoristas com carta suspensa em 2017

Levantamento exclusivo feito pela Polícia Militar Rodoviária a pedido do Diário mostra que, no ano passado, 316 motoristas foram autuados em rodovias do Grande ABC por dirigirem com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa ou cassada – infração considerada gravíssima e sujeita a pena criminal conforme determina o CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

Os dados, que levam em consideração flagrantes registrados em três rodovias da região – Anchieta, Imigrantes e Índio Tibiriçá – apontam crescimento de 332% no número de autuações em relação ao mesmo período de 2016, quando blitze resultaram em apenas 73 multas.

Na análise de especialistas, no entanto, o crescimento não deve ser comemorado. Isso porque o índice ainda representa baixa produtividade da corporação que, no ano passado, fez menos de uma autuação por dia. “É um número irrelevante se levar em consideração os mais de 100 quilômetros de estradas na região”, avalia o chefe do departamento de medicina de tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) Dirceu Rodrigues Alves Júnior.

Numa conta hipotética, é possível afirmar que a corporação não flagrou sequer 1% do total de 34.751 motoristas que foram impedidos de dirigir no ano passado, conforme dados do próprio Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo). Vale lembrar que nem todos os condutores com carteira suspensa cometem a imprudência de continuar a dirigir. A Polícia Militar também é responsável por essa fiscalização, porém, não retornou aos contatos do <CF52>Diário até o fechamento desta edição.

Para o advogado Maurício Januzzi, presidente da comissão especial de Direito Viário da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o problema, no entanto, pode ser muito mais grave. “Não tem como cobrarmos fiscalização mais ativa sendo que não existem profissionais suficientes para realizar esse patrulhamento”, enfatiza.

Sem fiscalização nas ruas, muitos motoristas impedidos de dirigir têm desafiado a lei brasileira. O caso mais recente ocorreu na semana passada, quando colisão na Rodovia dos Imigrantes deixou duas mulheres mortas e outros seis feridos, sendo duas crianças. Na ocasião, os condutores dos dois veículos envolvidos estavam com a CNH cassada.

“O caso (da Imigrantes) evidenciou que muitos motoristas insistem em infringir a lei. Tudo isso em virtude da falta de fiscalização. Se houvesse policiamento, os condutores não iriam se arriscar em dirigir sem habilitação regularizada”, relata o especialista em Mobilidade Urbana da Universidade Presbiteriana Mackenzie Luiz Vicente de Mello Filho.

Fiscalização frouxa beneficia circulação de condutor infrator

Sem fiscalização nas ruas, motoristas com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) suspensa ou cassada tem cada vez mais desafiado a legislação brasileira ao circularam nas ruas da região de maneira irregular. O alerta foi feito por especialistas, conforme noticiado ontem pelo Diário.

“Do que adianta termos uma legislação bem embasada se não temos efetivo suficiente de policiais nas ruas para penalizar quem deve ser punido”, enfatiza o advogado Maurício Januzzi, presidente da comissão especial de Direito Viário da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

A análise do docente tem como base levantamento feito pelo próprio Detran–SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), no qual é apontado que 12% dos motoristas são reincidentes, ou seja, já haviam tido sua habilitação suspensa ou cassada anteriormente.

“Enquanto não houver uma fiscalização rígida ainda teremos condutores circulando sem habilitação”, avalia o especialista em Mobilidade Urbana da Mackenzie Luiz Vicente de Mello Filho.

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