FSA inicia pente-fino em 450 contratos de trabalho na terça-feira

Começa na terça-feira a análise dos documentos que podem comprovar o número exato de funcionários e professores que atuam na FSA (Fundação Santo André) sem terem prestado concurso público – o que é proibido por lei.

A princípio, seis pessoas – entre professores e funcionários administrativos – escolhidos pela reitora Leila Modanez, farão averiguação de 450 contratos de trabalho – total de funcionários da instituição. “Estamos colhendo os prontuários de contratação no arquivo e levando para a sala onde será feita essa análise. Primeiro faremos investigação interna com a documentação que existe na faculdade, o que vai analisar qual contrato de trabalho foi feito via concurso e qual não. Depois, com os nomes em mãos, vou abrir sindicância de um por um”, afirma a reitora.

De acordo com Leila, os funcionários em situação irregular têm direito à defesa. A FSA seguirá as normas previstas no manual de sindicância do centro universitário, garante. “Vamos respeitar todo o direito que as pessoas têm. Não chamei ninguém para conversar, pois vamos passar pente-fino na instituição. Todos os funcionários serão analisados.”

A equipe responsável pela análise terá cerca de 30 dias para concluir o processo de investigação, no entanto, Leila ressalta que a determinação é para que os trabalhos sejam realizados no menor tempo possível. “Não sabemos se há (casos irregulares) e quantos (estão nesta situação). Mas pode haver diversos casos, como, por exemplo, pessoas que entraram antes de mudanças na legislação, outras que já conquistaram estabilidade por conta do tempo de casa, e outros tantos casos que ainda vamos tomar conhecimento. Cada um será analisado e as providências serão tomadas de acordo com a situação.”

Conforme o Diário informou na quinta-feira, investigação preliminar apontou 126 profissionais com documentação insuficiente para comprovar o modo de contratação. Um deles é o professor Francisco José Santos Milreu, o mais votado para reitor.

Depois da repercussão do caso, a reitora Leila Modanez, que já havia se comprometido a investigar a situação funcional dos três candidatos a reitor da lista tríplice – além de Milreu, Andrea Dias Quintao e Edvaldo Luis Rossini, o Didi, que posteriormente solicitou a retirada de seu nome –, foi aconselhada por corpo de advogados a estender a apuração para todos os funcionários e professores da casa.

“Até o meu último dia (31 de março) cumprirei com minha obrigação. É um comprometimento investigar essa situação. Jamais poderia fechar os olhos. Sou muito correta e vou fazer o que estiver ao meu alcance”, ressalta a reitora.

Trabalhadores retomam atividades

Após 15 dias de paralisação, funcionários técnico administrativos da FSA (Fundação Santo André) retomaram suas atividades profissionais na tarde de ontem, após cumprimento de acordo formado junto à reitoria. O recebimento da primeira parcela dos proventos atrasados foi realizado na parte da manhã, conforme prometido pela reitora Leila Modanez.

O secretário-geral do Saee-ABC (Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do Grande ABC), Humberto Costa Sobrinho, disse que, pela primeira vez desde o início do ano, os servidores puderam dormir tranquilos. “Voltamos a trabalhar felizes. Estamos motivados e inspirados em dar nosso melhor.”

De acordo com Leila, a paralisação acabou interferindo na realização de matrículas e rematrículas, o que fez com que o fluxo de caixa da FSA fosse comprometido. A esperança é a de que, com os funcionários de volta, as documentações possam voltar a ser feitas. A expectativa é melhorar a situação financeira da instituição.

“Conseguimos fechar um acordo bom para as duas partes. Eu cedi e eles também. Esperamos cumprir com todo o resto do combinado. Com esse esquema que formalizamos, vamos conseguir ter fôlego para as próximas parcelas. Mas vale lembrar que nós, da reitoria, também estamos sem receber salário. Vamos lutar pela recuperação da FSA”, destaca a reitora.

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