Quem antecipa o futuro não fica para trás. Foi com essa ideia que Thomaz Pacheco, galerista da OMA Galeria, de São Bernardo, anunciou que a partir de agora passará a aceitar bitcoin (criptomoeda) como forma de pagamento das obras de arte do espaço.
A iniciativa, segundo ele, é pioneira na América Latina. “Pelo que sei só uma galeria do Reino Unido recebe pagamentos dessa maneira. Há muito tempo venho pesquisando sobre isso e a motivação, além do simples ‘olhar para frente’, é que esta moeda é uma forma de investimento e muitas pessoas compram a arte com esse intuito também. Há uma sinergia entre o perfil do consumidor de arte e de bitcoim. Não dá para ignorar essa fatia do mercado.”
O bitcoin é tipo de moeda digital descentralizada – vendida em dinheiro real e que pode ser transferida diretamente para outras pessoas pela internet, sem taxas e sem ligação com bancos ou governo –, que vem sendo usada como instrumento de troca de bens e serviços. Seu valor varia bastante, inclusive ao longo do dia. Ontem, durante a apuração da equipe de reportagem, por exemplo, a cotação estava em R$ 49.000,20. Agora o valor certamente será outro, para mais ou para menos.
Os interessados, explica Thomaz, deverão fazer o processo habitual para a compra da obra: visita à galeria, escolha, negociação. “A mudança é apenas a forma de pagamento. Se a pessoa optar pelo bitcoin, passaremos o número da conta e o cliente efetua o depósito”, explica. A ideia, segundo ele, é que esta conta em questão também funcione como investimento para a galeria. “Vamos deixar rendendo, não vamos sacar em real, porque acreditamos que ele (bitcoin) vai crescer ao longo do tempo.”
Não é só no ramo das artes plásticas que esta moeda tem entrado como opção de pagamento. A dupla sertaneja João Bosco & Vinicius anunciou em dezembro, na página oficial do Facebook, que os shows deles podem ser contratados com o pagamento de uma unidade de bitcoin, que na data da publicação valia cerca de R$ 62 mil.