A contragosto, o ex-prefeito de São Bernardo e presidente estadual do PT, Luiz Marinho, terá de encarar processo de prévias com o ex-chefe do Executivo de Guarulhos Elói Pietá se quiser ser candidato do partido ao governo do Estado.
Ontem, Marinho e Pietá oficializaram a pré-candidatura para o processo interno com o número suficiente estipulado pela direção estadual. Marinho apresentou cerca de 11 mil rubricas de filiados. Pietá, pouco mais de 7.000. Eram necessários 4.832 apoios.
A ideia original de Marinho era entrar em 2018 como candidato único do partido ao governo do Estado. Tanto que, no dia 1º de dezembro, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lançou seu pré-projeto ao Palácio dos Bandeirantes. Neste evento, aliás, Lula defendeu que Marinho fosse o nome da legenda na corrida estadual, afastando as especulações pró-Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e nome defendido por figuras de peso do petismo, como Aloizio Mercadante e até a ex-presidente Dilma Rousseff.
Por todo cenário desenhado pró-Marinho pela corrente majoritária no petismo, a realização de prévias foi considerada uma derrota do ex-chefe do Executivo de São Bernardo, embora ele ainda seja favorito para receber aval da militância para concorrer à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB) – justamente por ter apoio (e pressão) de Lula.
O próximo embate que se desenha é com relação à data das prévias. O grupo de Marinho defende que a eleição interna aconteça até o dia 25 de fevereiro, buscando antecipar o calendário partidário para que haja mais tempo de levar a candidatura pelo Estado. Já Pietá quer que o pleito interno aconteça em abril, com agendas de debates com filiados.
Está marcada para dia 20 reunião da executiva do PT estadual para estipular as regras das prévias, bem como as datas que elas acontecerão no partido.
Pietá já avisou que não vai retirar sua pré-candidatura, exceto se Haddad ou o vereador Eduardo Suplicy quiserem buscar a cadeira máxima do Palácio dos Bandeirantes. Suplicy segue empenhado em ser candidato ao Senado. Haddad declarou que não tem intenção de concorrer a cargos públicos na eleição deste ano, a despeito de pessoas próximas a ele nutrirem esperanças que Haddad possa ser o postulante do partido ao governo do Estado. Pietá tem como principais cabos eleitorais os deputados estaduais Carlos Neder e João Paulo Rillo.
Nos bastidores a especulação é que Pietá quer ampliar o prazo de realização das prévias para ter tempo para convencer Haddad a concorrer ao Estado. Em pesquisas de intenções de voto, o ex-prefeito paulistano é quem detém o melhor desempenho entre os petistas.