Apesar da importância da produção de veículos que utilizam outras fontes de energia, ponto que o Rota 2030 deve abordar, a fabricação de carros elétricos a nível nacional ainda faz parte de um cenário distante. Conforme representantes do setor, a discussão ainda é embrionária. Atualmente, não há modelos produzidos nacionalmente.
Entre as principais questões para a dificuldade da popularização dos veículos no País estão o abastecimento, para o qual seriam necessários mais postes e tomadas espalhados pelas vias urbanas, e até mesmo o próprio mercado brasileiro. Para o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, se o tema não for tratado como prioridade agora, porém, a longo prazo o Brasil deve perder a oportunidade de fabricar veículos elétricos.45
“Existe a pressão de se pensar o elétrico agora para ter uma consolidação das empresas mais para frente. Daqui a 15 ou 20 anos ninguém vai querer montar um carro elétrico aqui se isso não começar a ser consolidado ao longo do tempo. Precisamos de debates entre governo e montadoras, seja para produzir para o mercado interno ou exportar. Se isso não for feito agora, corremos risco de ter perda desta parte produtiva do setor no futuro”, afirmou.
O diretor da Toyota assinalou que a discussão, como a redução da alíquota do IPI para os carros do tipo – de 25% para 7% –, é algo importante a se avançar. “O IPI de carros elétricos é mais alto que o de carros a combustão e, independentemente do Rota 2030, deve ser discutido, até porque é um modelo que polui menos. Isso seria muito bom, porque no futuro começaríamos a produzir no Brasil estes carros, este é o horizonte”, destacou.
A Toyota criou o primeiro carro híbrido (elétrico e a combustão), o Prius, em 1997. Apesar de já ter cogitado produzí-lo no País, desistiu, por ora, tanto pela falta de demanda expressiva quanto pela ausência de incentivos. Hoje ela traz o modelo de fora. A planta são-bernardense é responsável pela produção de peças para os modelos Corola e Etios, que, além do mercado nacional, também abastecem a Argentina e os Estados Unidos. São 1.521 funcionários e, por enquanto, não há planos para implantar linha de produção no local.