A partir do dia 29, quando terá inicio a campanha nacional de imunização contra a febre amarela, as 130 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da região em funcionamento passarão a ofertar a vacina fracionada contra o vírus. O tema, que tem gerado filas e até mesmo confusão entre usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) em postos de Saúde da região, foi debatido ontem, em reunião no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.
O horário de aplicação das vacinas durante o período de campanha, entretanto, ainda não foi definido pelos secretários de Saúde e integrantes do DRS (Departamento Regional de Saúde) da Grande São Paulo. Conforme a secretária da área em São Caetano, Regina Maura Zetone, ainda faltam ser alinhados alguns pontos entre as sete cidades, como é o caso da imunização da população idosa. “Estamos discutindo a questão de as pessoas com mais de 60 anos não precisarem de autorização médica para serem vacinadas”, diz. Nova reunião está marcada para hoje.
Também hoje começa a capacitação dos profissionais da Saúde que aplicarão as doses fracionadas da vacina entre 29 de janeiro e 17 de fevereiro – e não mais a partir de 3 de fevereiro. “Esse treinamento para uso da seringa especial será feito até o dia 28, porque é preciso ter muito cuidado para retirar a dose corretamente”, observa Regina Maura.
A campanha nacional aplicará doses fracionadas da vacina contra a febre amarela (0,1 ml, ao invés dos 0,5 ml convencionais). As carteiras de vacinação terão um selo especial para informar a diferença e os munícipes terão de repetir a ação após oito anos. Até então, a imunização era suficiente para toda a vida.
Também está prevista a oferta de 1,5 milhão de doses convencionais da vacina, que serão disponibilizadas para crianças com idade entre 9 meses e 2 anos incompletos, pessoas que viajarão para países com exigência da vacina, grávidas residentes em áreas de risco e portadores de doenças crônicas – como diabéticos, cardiopatas e renais crônicos.
Durante o período de campanha, haverá dois ‘Dias D’ – 3 e 17 de fevereiro –, quando os postos de Saúde estarão abertos em regime especial. Por conta da demanda elevada de vacinas durante a campanha, a secretária orienta a população que não for viajar para áreas de risco a aguardar. “Principalmente os idosos, são orientados a aguardar, porque a dose fracionada traz menos efeitos colaterais. Não é preciso desespero, dormir na porta das UBSs. Há vacina para todos”, garante Regina Maura.
Governo prevê força-tarefa para grupo específico
Em reunião ontem, por teleconferência, o governo brasileiro indicou a técnicos da OMS (Organização Mundial da Saúde) que não descarta realizar segunda fase de vacinação contra a febre amarela, desta vez em centros urbanos. E já negocia o apoio da agência.
A ideia é fazer uma segunda onda de vacinação quando o número de casos da doença estiver em queda. A imunização poderia atingir determinados grupos, no território nacional.
A prefeitura de Mairiporã, na Região Metropolitana de São Paulo, decretou situação de emergência e calamidade na Saúde para executar ações de controle da febre amarela. O decreto, assinado pelo prefeito Antônio Ayacida (PSDB) e publicado ontem, permite o uso de verbas para as horas extras de servidores envolvidos em campanhas de vacinação e a compra de repelentes para moradores que não podem tomar a vacina. A cidade registrou 11 casos positivos da doença, com seis mortes.
Desde julho, a maior parte dos registros da doença no País foi registrada no Estado de São Paulo. Houve 35 casos confirmados, com 20 mortes. Só em municípios paulistas foram 20 infecções – 11 óbitos.