Prefeitos do PSDB na região evitam fechar portas para França

Três dos quatro prefeitos do PSDB no Grande ABC evitam cravar que o tucanato deve fechar as portas a uma eventual junção de forças à candidatura de Márcio França (PSB), hoje vice-governador de São Paulo e que herdará a cadeira máxima do Palácio dos Bandeirantes até abril, quando o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), vai se desincompatibilizar do cargo para ser candidato à Presidência.

Consultados pelo Diário, Paulo Serra, de Santo André; José Auricchio Júnior, de São Caetano; e Gabriel Maranhão, de Rio Grande da Serra; afirmam que o cenário ideal é o PSDB ter seu nome na corrida eleitoral. Contudo, o trio sinaliza que o projeto de Márcio França não pode ser descartado caso um tucano não consiga se viabilizar para o pleito ao Estado. O único a divergir foi Orlando Morando, de São Bernardo. Segundo ele, é “zero” a chance de o PSDB aceitar apoiar França em detrimento a uma candidatura própria.

“Temos bons quadros, uma gestão bem avaliada e muito tempo no governo de São Paulo. A população reconhece. Claro que há problemas, mas saldo é bastante positivo. Pesquisas demonstram isso”, declarou Paulo Serra. “Mas não dá para descartar a possibilidade do vice, que pleiteia espaço e trabalha por união de forças. Não descarto nenhuma possibilidade. Pensamento tem que ser manutenção de projeto vencedor. O Estado estava em condição falimentar antes de Mário Covas. Tem que ser mantido. E há várias alternativas.”

Auricchio também ponderou que o tucanato deve ter projeto próprio “até pelo histórico” – o partido comanda o maior Estado da Nação desde 1995, com Covas, e houve revezamento entre Geraldo Alckmin e José Serra entre 2001 (morte de Covas) até agora. “Estamos neste momento em compasso de espera para definição da candidatura. Precisamos encontrar uma saída para sairmos unidos. Respeitando também a candidatura do Márcio, que é um amigo.”

No Grande ABC, França deve contar com adesão dos dois prefeitos do PSB: Atila Jacomussi, de Mauá, e Adler Kiko Teixeira, de Ribeirão Pires, embora o segundo nome tenha relação antiga com o PSDB e com Alckmin.

Maranhão, que é afilhado político de Kiko, alegou que o plano A do PSDB tem de ser a vitória de Alckmin na empreitada presidencial. Nem que, para isso, seja pensada uma aliança com Márcio França. “Nos órgãos estaduais tem sido falado (sobre o socialista). Nosso desejo é de fortalecimento para a campanha de Alckmin. Sabe-se da importância de estrutura, que não seja desfeita. Márcio é possibilidade, uma saída.”

Morando, por sua vez, refutou qualquer hipótese de aliança tendo Márcio França como cabeça de chapa. “Essa alternativa está descartada. O PSDB terá candidato. Isso já é ponto pacífico”. Para ele, o trabalho agora é convencer o prefeito da Capital, João Doria, a aceitar ser o nome da sigla na corrida estadual, uma vez que Serra abdicou do projeto. “Frente de deputados estaduais já foi falar com ele. Haverá grupo de prefeitos. Caso o João (Doria) aceite, ele será candidato (ao governo do Estado) por aclamação, sem prévia (interna).”

Os nomes de Floriano Pesaro e Luiz Felipe D’Ávila também são cogitados na disputa.

Enquanto há indefinição sobre o nome tucano, França tem colecionado apoios da base de Alckmin. Neste mês o socialista anunciou adesões de PR, Pros e Solidariedade à sua campanha e negocia com PPS e PV.