A Semana em Memória das Vítimas do Holocausto ocorre entre os dias 27 e 31 de janeiro. Nela, inúmeras manifestações são feitas a fim de lembrar a história dessas pessoas e tudo o que elas sofreram, para que isso nunca mais se repita. Para tanto, no fim do ano passado foi realizada a Competição Internacional de Pôsteres sobre o Holocausto, projeto conjunto do Programa das Nações Unidas para Divulgação do Holocausto com a Escola Internacional para Estudos do Holocausto do Yad Vashem. E a vencedora foi a designer de São Caetano Júlia Cristofi, 26 anos.
A etapa brasileira, promovida pelo Unic Rio (Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil), em parceria com representantes do memorial israelense Yad Vashem, foi feita no fim do ano passado. “A curadoria brasileira selecionou três cartazes meus e de uma outra artista brasileira. Em janeiro recebi a notícia de que a curadoria internacional havia escolhido o meu como o vencedor. Acreditava que tinha chance de ficar entre os 12, mas fiquei muito contente de ser a primeira”, diz a moradora da região.
Os trabalho escolhidos – um total de 12 entre mais de 150 inscrições de designers de todo mundo – serão exibidos em diversos países por conta do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, celebrado no último dia 27. Também ficarão em exposição na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, e na UNIC Rio, na exposição Mantendo a Memória Viva: Nossa Responsabilidade Compartilhada, que começa hoje.
Júlia explica que, para criar seus pôsteres, fez um trabalho de pesquisa no site do Museu do Holocausto de Israel e em vídeos disponibilizados no YouTube, para saber mais sobre a história específica desses sobreviventes. “Como a chamada do concurso é ‘Mantenha a Memória Viva’, a ideia foi que eles falassem por si, como testemunho em resistência do que aconteceu. Nós, enquanto sociedade, temos de ouvir e recontar.” Para tanto, usou as fotos de alguns sobreviventes, e o símbolo Chai, que em hebraico é o mesmo que vida.
Como recompensa do concurso, ela deve receber US$ 500. Mas o seu prêmio é muito maior: é o de ajudar a difundir a conscientização que este tipo de situação – que, neste caso, levou à morte 6 milhões de judeus – não pode voltar a se repetir. “Acho extremamente triste que (esse problema) se repita de outras formas. Talvez como não seja um número gigantesco hoje, como foi na época do holocausto, a sociedade não perceba. Mas qualquer tipo de discriminação e intolerância por religião, etnia ou classe é muito triste. Foram episódios tão graves que temos de voltar a conversar para que não repitamos isso”, finaliza.