Música que corre nas veias

Tânia Alves começou a ‘arranhar’ um violão aos quatro anos de idade. Foi incentivada pelo pai, o pernambucano Ubirajara Motta Alves. E não eram canções infantis as que ela aprendia, mas sim clássicos românticos, de intérpretes da chamada ‘dor de cotovelo’. “Cantava Eu Sou a Outra, imagina. Hoje em dia se um pai ensina esta música para o filho pode ser até preso”, brinca.

E será com estes clássicos que ela abrirá o espetáculo Alma Latina, que será apresentado dia 17, a partir das 20h30, no Teatro Municipal de Santo André. A atriz, bailarina e cantora faz um apanhado de toda coleção que reuniu a partir do álbum Amores e Boleros 1, lançado em 1995. “Fiz muitos CDs voltados para pesquisa de boleros e samba-canções. Uso tudo no show, além de clássicos de música romântica, principalmente dos anos 1950, 1960, dos grandes cantores.” Ela estará acompanhada por Jorge Ervolini (violão) e Ramon Montagner (percussão).

Na lista estão Altemar Dutra (Brigas), Nelson Gonçalves (Fica Comigo Esta Noite), Dalva de Oliveira (Que Será?), entre outros. Ela também interpreta hits da bossa nova, além de músicas de Roberto Carlos, Rita Lee e Caetano Veloso. Passeia pelas raízes do gênero cantando faixas em espanhol e finaliza o show com marchinhas de Carnaval, entre elas Mulata Ieieiê, Chiquita Bacana e Pierrot Apaixonado. “Tudo tem a ver com essa alma latina, romântica, dramática, passional, festeira,.. É um passeio por todo tipo de emoção, de ritmos.” Nada, acrescenta, é muito discreto. “As pessoas cantam, choram, riem e dançam. O impossível é ficar parado”, afirma.

DNA MUSICAL
Tânia diz que fala pouco entre as músicas, todas permeadas por um único fio condutor: o amor. E este sentimento que a fez insistir na profissão, ainda que seu pai não aprovasse. “Foi ele quem me ensinou a tocar aos cinco anos, mas costumava dizer que arte não se vende e por isso tive muita dificuldade de cobrar pelos meus trabalhos. Quando me profissionalizei ele ficou cinco anos sem falar comigo”, lembra.
Fizeram as pazes tempos depois, mas ele jamais foi assistir a um de seus shows. “O primeiro álbum que fiz dediquei a ele, que me ensinou todas as músicas. Mas acho que não me assistia porque não tinha coração para isso, era muito visceral. Nós todos da família herdamos isso, mas hoje sou muito mais pacífica, sou formada em yoga, administro melhor”, pondera.
Ela, que fez a última novela em 2010 (foi a Pérola Simões, de Araguaia, Rede Globo), segue fazendo shows, mas admite sentir falta da televisão. “Vontade eu tenho, sinto muita saudade de atuar. Tenho previsão de alguns trabalhos, mas nada certo ainda”, finaliza.

Alma Latina – Show. Teatro Municipal de Santo André (Praça 4º Centenário). Dia 17, às 20h30. Ingressos: R$ 60. Na bilheteria do teatro ou no site www.bilheteriaexpress.com.br.