Reitora admite possibilidade de encurtar próprio mandato para tentar salvar FSA da crise financeira

Diante de cenário grave de crise financeira e necessidade de plano de ação para recuperar a FSA (Fundação Santo André), a reitora do centro universitário, Leila Modanez, já admite a possibilidade de encurtar seu mandato, previsto para durar até 31 de março. Segundo a doutora em Tecnologia Nuclear, à frente da instituição desde 2015, quanto antes tiver início o processo de transição do cargo de reitor, maiores são as chances de viabilizar projetos capazes de evitar o temido fechamento da FSA.

O futuro reitor da Fundação deve ser escolhido pelo prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). Embora o chefe do Executivo tenha recebido lista tríplice com os candidatos mais votados ao cargo no dia 29 de novembro e garantido que o nome do próximo líder da FSA seria conhecido ainda em janeiro, o processo segue em aberto. Alunos consideram que a solução para a crise seja intervenção pública.

O prefeito deu sinais de que respeitaria a vontade da comunidade escolar e nomearia o mais votado no processo eleitoral, o professor Francisco José Santos Milreu. O candidato, entretanto, é suspeito de ter ingressado na FSA sem concurso público, o que é contra a lei. A denúncia motivou abertura de processo investigativo que envolve todos os 450 funcionários. O segundo nome da lista tríplice é o da professora Andrea Dias Quintao e, na sequência, aparece o professor Edvaldo Luis Rossini, o Didi – que retirou seu nome da disputa no dia 16.

“Cada dia que passa é um dia a menos para a Fundação. A situação é grave, por isso, abro mão deste resto de tempo que sobra para que ele (prefeito) coloque essa nova pessoa. Não quero ser empecilho para que ele nomeie o próximo”, destaca Leila. A atual reitora esclarece ainda que participaria do processo de transição, tendo em vista a complexidade da FSA. “Quero ajudar a Fundação, mas a gente também precisa do apoio da Prefeitura”, ressalta.

Desde que assumiu passivo de dívidas e histórico de atraso nos salários, herdado das gestões passadas, Leila considera que conseguiu dar à FSA sobrevida. “Fiz tudo o que eu pude. Renegociamos todas as dívidas. Mas não posso atrasar o parcelamento de tributos e, por isso, acabo deixando de pagar salários, porque se não tenho as contas da instituição bloqueadas”, justifica.

Outra dificuldade vivenciada é a demora para que o orçamento da instituição para este ano seja aprovado pelo conselho universitário. “O primeiro projeto fechou em R$ 8,5 milhões negativos. O conselho tenta finalizar novo plano”, revela Leila.

Entre os problemas do orçamento está a inviabilização de projeto para recuperação de R$ 50 milhões de mensalidades atrasadas. Os conselheiros ainda discutem o fechamento de cursos deficitários e a transferência de estudantes para ouras instituições.

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