“Diversidade, respeito e igualdade é o tema que o Eureca vem cantar na avenida.” O refrão da marchinha de Carnaval feita pelo Bloco Eureca – Eu Respeito o Estatuto da Criança e do Adolescente, organizado pelo Projeto Menino e Meninas de Rua, ecoou pelas ruas de São Bernardo na tarde de ontem, enquanto dezenas de jovens, apoiadores e cinco baterias desfilaram pelo Centro da cidade.
O intuito do bloco, criado há 26 anos, é discutir com a sociedade, de forma lúdica e divertida, os direitos das crianças e dos adolescentes. Neste ano, o tema foi Lutando pela Diversidade, Respeito e Igualdade. De acordo com a coordenadora do projeto, Neia Bueno, o tópico surgiu em conversas com os jovens que são atendidos pelo programa. “Em um encontro perguntamos por temas para este ano e surgiram questões de violência contra LGBTs, violência racial, machista, contra pessoas com deficiência e intolerância religiosa. Praticamente o ódio às diferenças, então decidimos por esse tema”, afirma.
Moradora de São Bernardo atendida pelo Projeto, Rebeca Santa Ribeiro, 15 anos, diz que o bloquinho é importante para passar mensagem e também é divertido. “É uma maneira de incentivar o respeito, conscientizar as pessoas para nossas causas”, diz, minutos antes de pintar o cabelo de verde com spray e seguir a bateria com os amigos.
De acordo com o advogado e coordenador da comissão da criança e do adolescente do Condepe (Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana), Ariel Castro Alves, a iniciativa do Eureca é reconhecida no Exterior pela sua importância e a homenagem que presta ao ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). “O bloco é significativo por ser formado por jovens que vivem ou viveram em situação de rua, ou que já sofreram alguma violência ou abandono. É um jeito de chamar atenção e reivindicar políticas públicas”, considera.
Independente abre o Carnaval paulistano
“Hoje o bicho vai pegar/Vem ver a plateia delirar, enlouquecer/Saiu da tela, entrou na mente/É o terror independente”. Com o samba-enredo Luz, Câmera e Terror – Uma Produção Independente, a escola de samba Independente Tricolor abriu a noite de desfiles do Carnaval de São Paulo, ontem, no Sambódromo do Anhembi. A estreante no Grupo Especial levou para a avenida a história dos filmes de terror, com direito a zumbis, assombrações, fantasmas e vampiros.
A passarela paulistana também recebeu Unidos do Peruche, que apostou na história do cantor Martinho da Vila, e Acadêmicos do Tucuruvi, em desfile de superação com o tema Uma Noite no Museu, após incêndio ter destruído a maior parte das fantasias no início de janeiro – por isso a agremiação não poderá ser rebaixada.
A Mancha Verde, quarta escola a desfilar, homenageou o grupo Fundo de Quintal, em enredo que misturou samba e amizade; já a campeã do Carnaval no ano passado, Acadêmicos do Tatuapé, trouxe para o Anhembi as cores, costumes e encantos do Estado do Maranhão.
A aposta da Rosas de Ouro foi a mistura entre sertanejo e samba, inclusive com a presença da dupla Maiara e Maraisa. Tudo para abordar histórias dos caminhoneiros. Por último, foi a vez da Tom Maior apresentar ao público histórias da imperatriz Maria Leopoldina e também da escola de samba carioca que leva o nome da monarca brasileira.
Outras sete escolas de samba fecham o Carnaval paulistano hoje: X-9 Paulistana, Império de Casa Verde, Mocidade Alegre, Vai-Vai, Gaviões da Fiel, Dragões da Real e Vila Maria.