O grupo andreense H.Olhos investiu R$ 32 milhões no primeiro hospital especializado em saúde ocular do Grande ABC. Instalado em São Bernardo, o empreendimento contará com pronto-socorro 24 horas e centro cirúrgico, além de atendimento clínico, como consultas e exames.
Atualmente, a rede conta com sete clínicas Cerpo, sendo cinco na região, duas na Capital e o H.Olhos – Hospital de Olhos Paulista – onde, a propósito, 33% dos pacientes são das sete cidades. “Todas as cirurgias realizadas nos moradores daqui (do Grande ABC) são feitas na Capital, e o H.Olhos veio para suprir esta demanda”, afirma William Fidelix, CEO do grupo.
O H.Olhos ocupará prédio de 12 andares no Centro de São Bernardo, e a operação da Cerpo na cidade migrará para o local. Atualmente, a unidade são-bernardense realiza 12 mil procedimentos por mês, que incluem consultas e exames. Com a mudança de endereço, Fidelix projeta aumento de 30% nos atendimentos para 2018 e, em cinco anos, a meta é chegar a 24 mil atendimentos.
Quanto às cirurgias, que começarão a ser realizadas a partir do dia 22, quando as portas do hospital serão abertas, a capacidade será de 3.000 operações mensais – sendo dez ao mesmo tempo –, cujo custo varia entre R$ 2.000 e R$ 15 mil, dependendo do tipo e do grau de complexidade.
O hospital conta com 140 médicos, além de 150 colaboradores realocados de outras unidades, incluindo a são-bernardense. Serão contratados outros 150 profissionais, no entanto, o grupo ainda não divulgou as vagas.
Por conta dos avanços tecnológicos para cirurgias oculares, o hospital não conta com leitos e sim com área de recuperação pós-anestésica. “Hoje, a maioria das cirurgias é de caráter ambulatorial ou de hospital-dia, ou seja, o paciente não tem a necessidade de passar a noite no hospital, o tempo máximo que ele permanece no local é de seis horas”, explica Fidelix.
O prédio que abriga as instalações hospitalares já existia, e era composto por escritórios comerciais. O processo de adaptação do espaço à legislação para funcionar como um hospital levou um ano. “Fizemos mudanças como a instalação de elevadores para transportar macas e a montagem do centro cirúrgico”, detalha o CEO.
Considerando todas as unidades, o grupo realiza 65 mil atendimentos por mês. Embora não divulgue dados do faturamento, Fidelix alega que 65% da receita é proveniente do H.Olhos Paulista. “Essa quantia, porém, é mascarada, porque se imaginarmos que 33% são provenientes do Grande ABC, a participação do hospital de São Bernardo irá crescer e, lá (na Capital), a tendência é diminuir”, diz, ao mesmo tempo em que irá desafogar o atendimento na Capital e ampliar o acesso para o morador da região.
O COMEÇO – O início das atividades do Grupo H.Olhos, empresa de capital fechado, 34 anos atrás, foi realizado por Fidelix e mais quatro sócios. “Nossas raízes estão na região, por isso a primeira unidade foi em Santo André”, conta o oftalmologista e empresário.
Eles abriram uma clínica em casa alugada e os próprios sócios montaram as instalações e fizeram pequenas reformas. “Os móveis, como mesas e sofás da sala de espera, foram doados por um conhecido que havia fechado seu consultório, e os aparelhos compramos usados”, lembra Fidelix. A partir de então, quando os negócios começaram a prosperar, a segunda unidade foi lançada na Capital e, em seguida, em São Bernardo, que se tornou a segunda maior do grupo.
Dos R$ 32 milhões investidos no H.Olhos da cidade, 30% são de capital próprio e, o restante, de empréstimos bancários.