A Polícia Federal entregou às 14h46 desta sexta-feira, 23, a perícia sobre os sistemas de propina da Odebrecht. A análise havia sido determinada pelo juiz federal Sérgio Moro em ação penal sobre supostas propinas da empreiteira para o ex-presidente Lula.
Foram verificados 11 discos rígidos e dois pendrives. Ao juiz Moro, a PF afirmou que “foram identificados 842 arquivos, de um total de 1.912.667 arquivos, correspondendo a 0,043%, que apresentam não conformidades”. A perícia achou 607 divergências nos discos 1 e 4, um total de 230 nos discos 5 a 9 e outras cinco nos discos 10, 11 e no pendrive 01.
A perícia se debruçou sobre o Drousys, sistema de informática para comunicação do setor de propinas da empreiteira, e sobre o MyWebDay, software desenvolvido pela empreiteira para gerenciar contabilidade paralela.
No trecho em que analisa o My Web Day, o relatório aponta que “a quantidade de informações contida nos relatórios disponibilizados permitiu aos peritos terem um entendimento a respeito do controle exercido sobre os pagamentos extra contábeis que a Odebrecht realizou a diversos beneficiados”.
“A sofisticação e nível de detalhamento que constam dos relatórios revelaram uma gestão profissional e minuciosa dos desembolsos efetuados pelo chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht”, afirmam os peritos.
“Foram identificados relatórios em pelo menos três moedas: reais, dólares norte americanos e euros. Regra geral, cada pagamento possuía, no mínimo, as seguintes informações: local, executivo responsável pelo pagamento, conta bancária a ser sensibilizada (identificada com um apelido – não confundir com o codinome), data, codinome (do beneficiário), senha (para pagamentos em espécie), espécie de centro de custo (chamado de ””obra””), que poderia ser uma obra de engenharia, um centro de custo geral, um evento, um departamento etc.”