Criado em 1990 pelo então prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC nasceu de uma ideia muito bonita na teoria: a de fortalecer a união da região e aumentar a articulação política em busca de verbas, recursos e obras visando o bem estar das sete cidades que o formavam. Na época, São Caetano do Sul era administrada pelo
prefeito Luiz Olinto Tortorello (PTB) ainda em seu primeiro mandato e foi um dos municí- pios fundadores do colegiado. Passados 28 anos de sua fundação, dezenas
de prefeitos, governadores, presidentes e nada aconteceu de efetivo no Consórcio. Seu problema é de origem. Criado por petistas, o órgão absorveu a característica sindical da sigla do presidiário Lula a de ser algo assembleísta, ou seja, é reunião para marcar reunião e nada de efetivo.
Esta situação de inércia se acentuou durante os três mandatos (2013-14 e 2016) do ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho à frente do Consórcio. Durante seu comando, intensificou-se também outra velha praga da política: o cabide de empregos e a instrumentalização política da entidade. Na atual gestão, a do também são-bernardense Orlando Morando (PSDB) a coisa degringolou de vez. Cansados da pasmaceira, prefeitos da região começaram em 2017 a buscar alternativas e a enxergar o que de fato o Consórcio fez para suas cidades: em outras palavras, nada. O primeiro a estourar a porteira foi Lauro Michels (PV) de Diadema que retirou sua cidade
do clube regional em outubro passado. Neste ano da graça de 2018, vemos as articulações de três outros municípios para se retirarem do inútil colegiado: Mauá, Rio Grande da Serra e nossa São Caetano. SÃO CAETANO José Auricchio Júnior (PSDB) é de longe o prefeito mais experiente do Grande ABC. Mesmo ainda jovem, com pouco mais de 55 anos, já governou a cidade três vezes (pode ser o recordista caso se reeleja em 2020 para um quarto mandato), já foi secretário estadual e foi eleito na segunda-feira (7/5) vice-presidente da Frente Nacional dos Prefeitos. Logo, o tucano é bom de gestão e de leitura política. Recentemente, a Câmara Municipal aprovou e ele sancionou o cancelamento do repasse
de R$1.2 milhão para o Consórcio. Explico: todas as cidades destinam parcela de verba para o funcionamento do clube. A medida tomada pela Prefeitura é de extrema valia. Afinal, para que serviu e serve os milhões que São Caetano deu ao Consórcio ao longo dos anos? O que foi feito de efetivo para a cidade? Para o povo? Difícil responder. Assim, o prefeito Auricchio dá mostras de que não pretende mais sacrificar os investimentos locais para enviar dinheiro público a uma entidade que se fechou numa “caixa preta” sem prestar contas de suas despesas. Violando a Lei de Acesso á Informação. Se até os poderes constituídos como a Câ- mara Municipal e a Prefeitura têm dificuldades para saber os destinos dos recursos, quantos empregados tem, quais os contratos, seus valores, etc, o que dizer da população comum que indiretamente sustenta o local? Fábio Palácio e o uso politiqueiro do Consórcio. Para São Caetano nada, já para sua promoção pessoal… Derrotado em sua tentativa de ascender ao Palácio da Cerâmica em 2016, o ex-vereador Fábio Palácio (PSD) conseguiu uma boquinha com seu amigo Orlando Morando. Se tornou o secretário-executivo do Consórcio ficando de 2017 até abril desse ano. O que fez de concreto a não ser meros obaoba como a inauguração do escritório da entidade em Brasília (que de nada serviu) e ficar passeando com comitiva da cidade de Turim? Talvez só propaganda pessoal visando uma candidatura a deputado já que São Caetano nunca viu nada de sua “brilhante” atuação nem no legislativo onde teve dois mandatos. Se achando o senhjor de sim, arrogante e prepotente o menino que antes era chamado de gordinho nas rodinhas políticas, esta mais magro. Deve ter sido o tempo bom que passou consorciando entre amigos em longas viagens pelo Brasil. Seria as custas do Consórcio? Ministério Público deveria abrir a caixa preta daquela “entidade”….E, o jovem Fábio Palácio que distribui comida (churrasco) a vontade no seu niver no mês de março deveria rever seus conceitos e sua atuação política pela região… Um trabalho de Mandrake ninguém viu nada. Foi muito dinheiro jogado pelo ralo afora. As perguntas que devemos fazer ao caro eleitor da Folha é: O senhor ou a senhora acha justo a cidade repassar alta quantia para manter uma instituição que nada traz de resultados para nosso dia a dia? Que gasta milhões em publicidade até na Rede Globo e irriga jornais de idoneidade duvidosa? Não seria melhor, como está fazendo agora o prefeito Auricchio, utilizar esse recurso na saúde, na educação, segurança e assistência social? Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. O último que sair que apague a luz.