Prefeito de Diadema Lauro Michles diz que Consórcio não fez nada pela cidade e diz ter investido 30 milhões e não recebeu nada em troca!

Em conversa com o BLOG DO BAENA, na tarde desta quinta-feira (04), em Diadema, o prefeito Lauro Michels(PV) não poupou críticas às tentativas do Consórcio Intermunicipal Grande ABC de manter o município no órgão regional. Disposto a falar – após período de silêncio sobre o assunto e distância dos holofotes -, o chefe do Executivo disparou verdades, no melhor estilo “supersincero”. Embora o Consórcio tenha reduzido percentual de repasse dos municípios de 50% para 25% de cada orçamento, Michels sustenta que Diadema não tem condições de honrar as parcelas de R$ 200 mil oriundas da renegociação da dívida da cidade (de R$ 8 milhões) mais os pagamentos mensais à entidade, de R$ 220 mil. “Sustento que só pagarei a dívida. Tenho respaldo, prerrogativa legal”, assegurou o prefeito. Michels entregou carta solicitando a saída de Diadema do colegiado – mantido pelas sete cidades do ABC
– no último dia 04 de abril. O ofício, no entanto, foi rejeitado com base em estatuto interno. “O Orlando está indo pelo caminho errado”, salientou – referindo-se a Orlando Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio (Michels foi eleito vice), que estaria forçando a judicialização do caso. O prefeito ainda desafiou qualquer ex-presidente do Consórcio a comprovar benfeitorias revertidas à cidade. “Diadema já investiu R$ 30 milhões ali ao longo dos anos e nunca fizeram nada aqui. E nem Orlando, nem Fabio Palácio (secretário executivo do Consórcio), nem qualquer outro prefeito vai dizer o que eu tenho que fazer”, desafiou. “As pessoas precisam entender que o município tem sua autonomia.” Para Michels, o consórcio do Grande ABC deveria adotar modelo semelhante ao do conselho de municípios da Baixada Santista. “Dos 100% depositados pelas prefeituras, 50% retornam para cada cidade como contra
partida. Aí sim a população vê resultados”, explicou. Segundo ele, do jeito que está o órgão perdeu o propósito, sugerindo servir até de “cabide de empregos”. “O Consórcio tem seus gastos e agora querem criar um escritório em Brasília para pleitear recursos federais. Algo sem a menor necessidade num momento de crise. Logo que o Orlando propôs, fui contra. Estão enxugando gelo.” Michels faz questão de deixar claro que não está se distanciando das discussões regionais e que a Prefeitura mantém funcionários à disposição do Consórcio. “Se quisesse, eles não estariam mais lá. Enquanto estiver pagando a dívida, estou aberto aos debates dos temas importantes e comuns aos 39 municípios da região metropolitana e ao que diz respeito às sete cidades do ABC. Só entendo que o Consórcio precisa de um novo modelo, o que existe não se sustenta. Respeito cada um dos prefeitos e exijo ser respeitado.”