Leite se reúne com executivos e diz que governo fará o que for possível para manter GM no RS

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se reuniu na manhã desta quarta-feira (30) com executivos da General Motors em São Paulo, onde cumpre agenda desde terça (29). Sem apresentar ofertas para a montadora, que é dona da Chevrolet e enfrenta uma crise, Leite disse que “o governo fará tudo que for possível, porque é uma operação que interessa à economia do RS”.

Uma nova reunião ficou agendada para os próximos 15 dias, e será no Rio Grande do Sul.

Com dificuldades financeiras, agravadas nos últimos cinco anos, a multinacional repensa sua atuação, o que inclui o Brasil. No estado gaúcho, a empresa monta veículos em Gravataí, unidade inaugurada em 2000.

As medidas foram detalhadas em um anúncio de oito páginas, divulgado pela presidência da GM Mercosul. Segundo o texto, a montadora informa que vive um momento crítico no Brasil, e que a direção global considera sair da América do Sul.

Para viabilizar a manutenção em solo brasileiro, a GM projeta ampliar a fabricação em São Paulo, o que depende de negociação com o governo paulista, além de acerto com sindicatos trabalhistas, inclusive gaúchos, para reduzir o custo operacional.

Essa situação deixou funcionários apreensivos. Na última terça, um protesto foi realizado em frente à fábrica de Gravataí. “O nosso sindicato não aceita redução de direitos”, destacou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, Valcir Ascari, que representa seis mil trabalhadores na planta gaúcha. A GM disse à reportagem que não comentaria o assunto.

As medidas estudadas pela GM, apesar de não dependerem diretamente do Rio Grande do Sul, podem afetar o estado caso as negociações não tenham desfecho positivo. Segundo o governo, se os investimentos não forem viabilizados em São Paulo, a empresa ficaria com apenas dois produtos no país, os dois carros fabricados em Gravataí, que são Prisma e Onix.

A reunião foi realizada no Centro Tecnológico da empresa em São Caetano do Sul (SP) e contou com a participação do presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, do vice-residente da GM Brasil, Marcos Munhoz, do diretor de Relações Governamentais, Adriano de Barros, e da gerente de Relações Governamentais, Daniela Kraemer.

O prefeito de Gravataí, Marco Alba, também esteve na reunião, assim como o secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo do RS, Dirceu Franciscon.

A unidade gaúcha integra as operações da GM Mercosul, que tem outras duas no Brasil – em São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo. O braço regional da empresa ainda opera uma unidade em Rosário, na Argentina.

A GM tem em andamento projeto que prevê investimento de R$ 13 bilhões no país até 2020, dos quais R$ 1,4 bilhão na fábrica no Rio Grande do Sul, para a montagem de novos modelos de veículos.

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