A Folha entrevistou o advogado Dr. Pádua

Antonio de Pádua Tortorello nasceu em São José do rio Preto (SP). Formou-se em direito, carreira a qual dedicou parte de sua vida, sempre exercendo a advocacia dentro do universo político. Já muito cedo, desde os 8 anos de idade, colaborava nas campanhas de seu pai, José Tortorello, nas tarefas básicas, como colar cartazes ou distribuir santinhos. Permaneceu na vida política e hoje já contabiliza 24 campanhas: foi de auxiliar a conselheiro; de assessor a coordenador. Perdeu algumas, mas saboreou a vitória de seus candidatos na grande maioria. Trabalhou com 8 prefeitos no decorrer de 10 mandatos. Os mais marcantes, sem dúvida, foram os de seu irmão, o saudoso luiz Olinto Tortorello. São 50 anos de vida pública, e ainda hoje tenta transmitir o que aprendeu aos que têm vontade de seguir carreira na política. É conselheiro de primeira hora dos mais importantes agentes políticos, com cargo ou não. Poucos, em São Caetano do Sul, têm a visão de Dr. Pádua. A Folha de São Caetano o entrevistou para ouvir mais dessas experiências, cheia de detalhes de bastidores e histórias saborosas

 

Folha de São Caetano: Dr. Pádua, nos conte como foram as eleições de 1988, que elegeram seu irmão luiz Olinto Tortorello. Dr. ANTONIO DE PáDUA TOrTOrEllO – Na eleição realizada em 1988 o prefeito Walter Braido nos surpreendeu lançando o nome de Luiz Tortorello para prefeito, visto que havia muitos companheiros da época pleiteando o cargo. Tanto que após esse apoio, houve uma debandada do grupo, para apoiar outro candidato, o Doutor Antônio Russo. Ele tinha 61% nas pesquisas, enquanto nosso candidato tinha apenas 9%. Durante a caminhada, com muita luta, estratégia e olhar atento no que a população ansiava, conseguimos reverter o quadro e a partir de 1989 tivemos o início da primeira administração de Luiz Tortorello. Foi uma eleição memorável, inesquecível.

FOlhA – E a partir de 1989, o que houve foi uma revolução de 12 anos de administração…
PáDUA – A partir daí tivemos 12 anos de administração. Uma gestão que, tenho certeza, ficará eternamente marcada na memória dos moradores de São Caetano do Sul. Hoje não precisamos falar daquele período, quem fala é o povo, até quem não viveu diretamente, mas pelas melhorias, pelos avanços conquistados. O prefeito Luiz Tortorello fez história. Naqueles 12 anos havia harmonia, entrosamento, comunicação, amor à cidade, São Caetano do Sul era alegre. Tínhamos um corpo de funcionários envolvidos com a administração, que gostavam do que faziam, tinham orgulho de participarem. Tínhamos um corpo de diretores que tinham liberdade de trabalhar em seus projetos, havia transparência em tudo. Mensalmente, o prefeito realizava reunião, com funcionalismo envolvido na administração, e dali todos saiam convictos do que se passava no governo. Era tudo muito transparente. Qualquer projeto com a cidade o prefeito conversava com a sociedade. Havia também um corpo de conselheiros, entre eles o jornalista Caio Martins, André Beer, o educador Daniel Belucci Contro, entre outras figuras singulares, que o prefeito sempre ouvia. O prefeito Tortorello também nunca promoveu alterações importantes da cidade sem conversar com Walter Braido.

FOlhA – Em 2004, o prefeito luiz Tortorello escolheu como seu sucessor o Dr. José Auricchio Júnior, pelo seu desempenho junto à Diretoria da Saúde. hoje o prefeito pela terceira vez tem se mostrado ótimo administrador, com cidade limpa, bonita, preocupado com os problemas, pela positividade da Educação, Saúde, Social e outros segmentos.
PáDUA – Nesses 10 anos teve muito acertos e erros. Penso, por exemplo, que a área do esporte está com problemas. Não sei se por falta de verbas, ou se há outras prioridades. A administração do Auricchio executou projetos nas peças de publicidade para mostrar ao povo, mas inexiste comunicação em seu governo, que não mostra ações importantes que foram e estão sendo realizadas quando isso acontece. Mesmo medidas impopulares, a população deve saber, pois a divulgação pela oposição é muito forte.

 

FOlhA – A OPOSIÇÃO TEM PrOMOVIDO “PESQUISAS”, BATE-BOCAS, CrÍTICAS PESADAS NAS rEDES SOCIAIS. COMO O SENhOr VÊ ESSA SITUAÇÃO?

PáDUA – É uma pergunta difícil. Mas se fosse o chefe dos Poderes, primeiro iria identificar o que é falso do que é verdadeiro, o que é bem ou mal-intencionado, o que vem de uma necessidade real da comunidade e o que vem de politicagem, de pessoas que só querem destruir, pelo desejo do poder. A partir daí, corrigir imediatamente o que tem de ser corrigido. É dever do governante. Mas é claro que esse tipo de ações que você citou traz um grande desgaste a qualquer administrador. Eu sempre fui muito sincero, especialmente nas críticas. Porque são construtivas, para uma cidade melhor. Por exemplo, cuidar do esporte, um desejo que escuto de muitas pessoas com quem converso. Rever o problema da Zona Azul, que da forma que está funcionando é desastre. Explico: traz uma receita muito pequena aos cofres municipais e é instalada até mesmo em pequenas vielas. Outra coisa: funcionários públicos ocupam muitas das vagas da Zona Azul, enquanto os moradores ou visitantes não têm onde parar o seu veículo, gerando um grande descontentamento na sociedade, comércio e setor empresarial. Outro problema que analiso é a situação em que sobrevivem nossos clubes municipais, alguns em estado muito ruim. O certo seria devolver à comunidade, no modelo antigo, pois o poder público não é capaz de cuidar deles. Eu daria uma atenção muito especial à Subsecretaria de Comunicação, pois até agora foi conduzida sem eficácia, para demonstrar ao povo as coisas excelentes que têm sido efetivada pelo atual governo. Eu prepararia uma política de grandes privatizações, menos o Saesa, que o presta grandes serviços ao município e não é deficitário. O município tem muita coisa a ser privatizada, que não traz recursos municípios.

FOlhA – NA CUlTUrA, O QUE O SENhOr TEM A DIZEr?

PáDUA – Nossa cidade poderia virar uma coqueluche do Brasil através da Fundação das Artes. Com investimentos bem planejados e inteligentes, com a participação da iniciativa privada, inclusive, ela se transformaria em uma poderosa fonte de renda para o município, ao invés de deficitária como é hoje, aos 50 anos. A cidade voltaria a ser um grande celeiro cultural, produzindo artes em todos os aspectos e vertentes.

FOlhA – O SENhOr É CONTrA A PrAÇA lUIZ TOrTOrEllO VIrAr ESCOlA?

PáDUA – A Praça Prefeito Luiz Tortorello é uma obra de arte de valor inestimável, uma das mais lindas de todo Brasil. Está localizada perto do barulho da Avenida Goiás e não é lugar para ser construída escola. Existem outros lugares para fins educacionais. Acredito que tirar a praça vai trazer um desgaste enorme para o prefeito Auricchio, e isso tem que ser revisto com carinho.

FOlhA – COMO O SENhOr DEFINIrIA O SEU POSICIONAMENTO ATUAlMENTE?

PáDUA – Sempre acompanhei o grupo político, e hoje o nosso comandante é o prefeito José Auricchio Júnior. Nas eleições de 2012, apoiei Doutora Regina Maura. Somente nas eleições de 2008, deixei de votar no grupo, pois naquela ocasião votei no meu irmão Dr. Jaime Tortorelo, que era candidato pela legenda do Partido dos Trabalhadores. Neste momento são diversos os postulantes ao cargo majoritário para administração de São Caetano do Sul no futuro. Na maioria excelentes candidatos, mas vou seguir o que sempre considerei nome do grupo, e estarei com o Dr. José Aurichio Júnior se for candidato à reeleição.

FOlhA – PODE COMENTAr SOBrE SUA FAMÍlIA NA POlÍTICA DE SÃO CAETANO?

PáDUA – Na família do meu irmão Luiz Tortorello, só vejo como grande promessa política, se um dia quiser partir para essa área e estiver no seu sangue, sua neta, a Giovanna Tortorello Castro, filha da Marta. Eu vejo grande perfil político nela. Tem tudo do seu avô, o prefeito Luiz Tortorello. Giovanna é humilde, carismática, dócil e ao mesmo tempo impetuosa, tem a presença de uma jovem que tem propensão à liderança. Quanto aos filhos do meu irmão Luiz Tortorello (Marcos, Marta e Angélica), todos são trabalhadores, pessoas do bem e também têm a política no sangue. Estão preparados para exercer qualquer cargo. Mas minha aposta para cargo executivo, aí e a Giovanna Tortorello Castro, com certeza

FOlhA – COMO O SENhOr SE DEFINE?

PáDUA – Todos os dias, em todas as funções que exerci e exerço, e também na minha vida pessoal, tenho muito presente: procurei sempre ser humilde e dar o meu melhor em tudo. Nas funções que exerci, mesmo quando meu irmão Prefeito Luiz Tortorello me deu alguns poderes, em tudo sempre dei o melhor, ajudei a população em tudo que pude. Hoje só recebo a gratidão do povo, que me emociona. Quando me veem, me recebem com muita gratidão. Isso nos enche de orgulho, seja na alegria das vitórias, na tristeza das derrotas, como também nas decepções em processos que às vezes passamos injustamente. Sempre fui fiel a meus princípios. Aprendi muito com aqueles que foram meus ídolos, os prefeito Walter Braido e Luiz Tortorello, e também com os ensinamentos do povo. Tenho orgulho de ter participado dessas administrações, em que cuidei do diálogo do Poder Executivo e Legislativo, na época com 21 vereadores. Até hoje recebo carinho dos vereadores, quer da situação ou da oposição. Me sinto uma pessoa abençoada por Deus e isso me deixa feliz, juntamente com a minha esposa Olga, meus filho Luís e Ana Paula e meus netos Enzo, Nel e Rafael. Ao lado do meu genro Cleber e minha nora Fabíola.

FOlhA – QUAl SUA MENSAGEM PArA OS lEITOrES DA FOlhA?

PáDUA – Nos dias atuais temos novo governo central no Brasil, o Presidente Jair Messias Bolsonaro, pessoa em que nós brasileiros acreditamos. Vamos todos fazer uma corrente para que possa fazer um bom governo, olhando pela Saúde, Educação, Social, e que cumpra suas principais promessas de campanha no combate ao crime organizado, diminuição da carga tributária do Comércio e Indústria. E que só assim poderá terminar com o desemprego existente em nossa pátria querida. Ainda dentro desse tema, após 14 anos nossa cidade volta a ter um deputado estadual, o Tiago Auricchio. Na qual foi eleito e tive o prazer e a oportunidade de participar da campanha. Ele nos traz grande esperança do surgimento de mais conquistas para todo o Grande ABC.