A expressão facial em que os lábios se distendem para os lados e os cantos da boca e se elevam ligeiramente para demostrar alegria, amabilidade e carinho define o riso silencioso e discreto e traz à tona o sentimento da alma. Um sorriso, também, transmite boas energias e transforma a autoestima, no entanto, muitos se retraem, escondem a felicidade, o amor e a coragem de encarar a vida de frente.
Com estas palavras têm início a história de hoje, na verdade, a história de um profissional dedicado à Odontologia.
No alto da rua São Paulo, em São Caetano do Sul, a equipe desta Folha era aguardada na manhã de quinta-feira (06/06). Britanicamente, às 10h15. Na sala de espera, confortáveis poltronas de estofado branco e estrutura de metal cromado, paredes em cor clara e extremamente limpas, no canto, uma mesa de vidro com algumas revistas e na parede um filtro automático com água natural, gelada ou fria. A luz era dosada, não agredia os olhos e, o silêncio preenchia o espaço, quebrado, às vezes, por risadas ouvidas de dentro do consultório. Local tranquilo e aconchegante. Uma paciente, se despede, deixa a sala de procedimentos plena e feliz acompanhada por um jovem dentista, que lhe dá um abraço e um beijo no rosto.
Equipe convidada a entrar. Na antessala, sentamos. Observamos uma mesa organizada ocupada por um computador e um armário com equipamentos de escritório. Com um sorriso no rosto fomos recebidos, dentes brancos, fortes e brilhantes. A entrevista começa e Rogério Guarino se apresenta. “Sou concursado. Há doze anos trabalho na rede pública de São Caetano e há dezenove, desde que me formei, atendo no meu consultório particular, no mesmo lugar”.
Formado pela UNISA (Universidade de Santo Amaro) e pós-graduado pela USP (Universidade de São Paulo), Dr. Rogério, ao longo de sua carreira, se especializou na reabilitação oral e estética. Para ele, “uma boca não é apenas uma boca”. “É preciso entender o paciente, conhecer seu histórico, os anseios e seus desejos. Gosto de ouvir”, destacou o dentista ao garantir ser preciso humanizar o atendimento.
Na jornada profissional, Rogério Guarino recuperou 47.500 sorrisos entre atendimentos particulares e na rede pública de saúde. Amante de esportes radicais, adora saltar de paraquedas, Dr. Rogério, pai da Beatriz e esposo de Érika, nasceu em Santo André, mas como ele mesmo diz: “fui adotado por São Caetano e retribuo o carinho”. Ativo nas redes sociais acompanha de perto os passos dos mais renomados profissionais da Odontologia e, também, posa ao lado de personalidades da mídia e amigos.
O amor à profissão lhe exige dedicação e muito trabalho. Sua rotina começa cedo, às 7h30 em seu consultório, às 12h30 inicia o plantão na Unidade Básica de Saúde João Bonaparte. Às 17h15 retorna para sua clínica odontológica e atende mais alguns pacientes. Para baixar a adrenalina e relaxar, corre para a academia. Gosta de cuidar do corpo, da mente e da saúde como um todo. Aos 45 anos, demonstra muita vitalidade e alguns anos a menos.
Aos finais de semana, e outros raros momentos vagos, acompanha seu time de coração, cuida da família e busca a qualificação. Participa de cursos e congressos no País e no exterior. Perguntado sobre o que os “gringos” teriam a ensinar aos dentistas brasileiros, considerados os melhores do mundo, foi prático em sua resposta: “eles são muito avançados em pesquisas, e temos muito a evoluir”. No entanto, “na humanização e cuidados detalhados com a saúde bucal, os brasileiros estão anos à frente dos colegas estrangeiros”, disse.
A fala pode se justificar, por exemplo, em constatações no dia a dia da rede pública de São Caetano do Sul. A quantidade de cáries é muito pequena entre os mais jovens, isso, segundo ele, se deve ao trabalho de prevenção realizado em 100% das unidades escolares municipais de ensino Infantil, Fundamental e Médio, por meio do Programa Saúde nas Escolas. “Avaliação clínica odontológica, escovação dental supervisionada, orientação sobre saúde bucal e aplicação de flúor ajudam a garantir uma excelente saúde dos dentes e da boca”. Dr. Rogério, ainda destaca a ótima infraestrutura da rede pública que lhe garante como profissional condição de realizar um bom trabalho, com equipamentos, equipe técnica de apoio e insumos de qualidade.
A evolução tecnológica, como o escanemanto bucal e outras ferramentas digitais, facilita e otimiza o trabalho do dentista, mas é necessário “manter a base da Odontologia. É preciso prevenir e orientar. Tudo é tratável. Do que adianta toda a tecnologia para construir um belo sorriso se o básico não tiver a mesma importância?. Por isso eu digo, prefiro manter minha essência e garantir a humanização. Todos meus pacientes, sejam da rede pública ou privada, são tratados como amigos”.
Como bom profissional, ainda, fez um alerta sobre a saúde bucal. “Tártaros e cáries não tratados podem levar a condições físicas de saúde indesejáveis. Na boca existem bactérias que podem causar sérios problemas no coração e levar à morte, por exemplo. Além de visitar o dentista a cada seis meses, a escovação deve ser sempre de frente para o espelho e durar no mínimo cinco minutos. O uso do fio dental é obrigatório”.
Dr. Rogério, em breve, vai iniciar mais um curso, desta vez, com foco na harmonização facial com uso de botox. Antes de encerrar a entrevista, o profissional destaca que algo falta em sua carreira: “quero trabalhar por uma Odontologia social, ajudar muito mais pessoas. Devolver sorrisos, autoestima e resgatar almas”. Indagado sobre um sonho disse: “tenho um projeto. Escrevi um livro com historinhas sobre Odontologia para crianças e já está diagramado. Animais com dor de dente desenvolvem uma narrativa sobre cuidados com a saúde bucal. A ideia é distribuir gratuitamente em escolas”.
Entrevista encerrada, a equipe se despede. Dr. Rogério agradece e se prepara para almoçar e iniciar expediente na rede pública, poucos quilômetros distante de seu consultório na rua São Paulo, 1950, sala 02, em São Caetano. WhatsApp 9.4197-0707.
