Sofre, muito antes desta pandemia, de doença tão mortal e covarde quanto. É o vírus da ignorância. As principais reações dos infectados incluem espumar pela boca e tentar morder quem aprecia o saber e a arte. Nos último anos, a peste do atraso guarda inimigos entre artistas, cientistas e jornalistas. Vivemos uma quarentena meia boca. O Brasil poderia alcançar resultados mais expressivos no combate ao covid-19, achatando de maneira mais rápida a curva do crescimento da epidemia. PODERIA. Mas não vai alcançar essa meta por algumas razões: 1. Nosso ethos tende a não seguir rigidamente as normas; somos um povo muito voltado para as transgressões; 2. A sociedade, mesmo apoiando com força o isolamento social, não age como impõem as regras. Em alguns espaços, até parece que o povo está gozando férias, indo às praias, fazendo festinhas; 3. O presidente da República, ele mesmo, funciona como aríete do escudo de defesa. Defende o fim do isolamento, com exceção da população idosa. E muita gente leva em conta a garantia de Bolsonaro de que só a volta ao trabalho evitará a ruína do país. E, assim vamos levando a vida do jeito que eles querem. Acredito que tudo vai passar e a arte vai sobreviver.
Pois ela ainda é a terapia da alma. Cultura neles!!! (Carlinhos Lira, nos arredores do bairro Nocva Gerty)