Luciana Fontes: a vida dedicada à Saúde

São Caetano está no DNA da família Fontes. Especialmente um Bairro, o Barcelona, onde o patriarca Joel abriu, em 1968, a histórica Drogaria Planalto. A farmácia ali funcionou por quase 5 décadas – encerrou as atividades em 2013. “Ficaram muitas histórias, amigos, principalmente, um pouco da experiência adquirida após tantos anos trabalhando ao lado do meu pai”, conta Luciana, nascida da união de Joel, em 1969, e Ana Velozo Fontes. “Neste período eles moravam na rua Joana Angélica. Eu nasci no finalzinho de 1971, portanto nesse ano completo 50 anos de vida no Bairro”, celebra Luciana.
A Saúde sempre foi uma paixão de Luciana. Não à toa, formou-se Farmacêutica. E a ligação com a comunidade também, já que Joel foi vereador por 5 mandatos consecutivos (1992-2012). “Na minha família, os horários das refeições eram sagrados. Todos reunidos. E falar sobre política estava sempre em pauta. Gostava muito de me envolver, tanto é que me lembro perfeitamente do meu primeiro voto, para presidente da república, nas primeiras eleições diretas depois da Ditadura, em 1989, aos 17 anos. Nesse período, apesar de trabalhar no comércio, participava indiretamente, sugerindo demandas que posteriormente se tornariam uma indicação ao prefeito ou projeto de lei”, conta.
Luciana chegou a arriscar carreira política. Em 2012, foi candidata a vereadora e obteve respeitáveis mais de 700 votos. Sua bandeira, além da Saúde, eram os direitos da mulher. Divorciada, arrimo de família, 3 filhos — Enzo Fontes, 29 ( bacharel em Direito e estudante de engenharia), Petre Fontes, 26 ( Engenheiro) e Brenno Fontes, 23, (advogado) – pretendia a construção e execução de políticas públicas que considerassem as questões sobre ser mulher.

Atualmente, Luciana está na linha de frente do combate à Covid—19, integrando o grupo de farmacêuticos da Assistência Farmacêutica de São Caetano do Sul. “Mantenho contato com muitas pessoas que me viram nascer e as que cresceram comigo na cidade. Como farmacêutica, tento retirar o foco dos meus anseios e dores para poder ajudar a pessoa que está ali, precisando de um atendimento humanizado. Tento fazer muito mais que entregar medicamentos. A cada paciente que atendo, tomando todas as precauções, procuro ouvir com atenção e orientar corretamente. Sinto-me reconfortada em saber que as informações que forneço podem fazer a diferença no tratamento das pessoas, colaborando para o bem-estar e a melhora da qualidade de vida neste momento tão difícil”, ensina.
E, para alguém que brilha com tanto valor nesse momento tão dramático, fica a mensagem de uma profissional da Saúde que perdeu uma familiar para a doença: “É importante que a gente mantenha as regras de isolamento social, porque o vírus está mais potente. É importante prezar pelas vidas que estão conosco agora. E que fique essa grande lição: a da solidariedade, a da responsabilidade com o próximo, com a vida alheia. Vamos ser mais coesos, mais unidos e conscientes da nossa responsabilidade como ser humano”.