O diabo no meio do redemoinho II

“ O mundo pode muito bem dispensar a literatura. Mas ele pode dispensar o homem ainda melhor”

A semana começa com a visita inesperada de figuras carimbadas problemáticas e que não vejo mais meios de ajudá-las ou dar a solução… Não sou mais legislador, faz anos que deixei o legislativo. Um me pede consulta urgente com otorrino que não consegue respirar a noite, outro me pede para ser fiador de um imóvel, outra grana para comprar fraldas para o neném, outro diz que fez uma dívida de drogas e senão pagar até tal hora vai matá -lo. Uma dona chega ao portão pedindo ajuda para pagar luz e água e alega estar afastada do trabalho por conta de problemas de saúde e não tem como pagar.

E assim vai a vida. Mas lá no final da quarta feira vem uma senhora pedir uma cesta básica e outra com uma receita de medicamentos que é fornecido nos postos, , outra me pede para “agilizar” uma vaga para o filho na prefeitura, mesmo eu afirmando que não tem jeito, que estou sem contatos, etc… aí o diabo no meio do redemoinho II resolve me afrontar mais ainda. Passa das 21 horas quando o celular toca, uma família em pleno feriado de Tiradentes, e sem algum diretor cumprindo plantão na área para resolver um problema de saúde na UPA, deveriam pois ganham salários bem diferenciados e muito maiores que enfermeiros, recepcionistas e técnico e porteiros que fazem com amor, carinho e dignidade um belíssimo trabalho. A onda da Covid continua assustando e muito.

Aí. meu Deus rogo e começo a pedir para que a rotina não seja um sonho e tudo volte a normalidade futura, pois jamais será como antes. Longe de problemas, longe de escrever para jornal, longe da internet, longe de tudo que me dê tristezas. Mas logo cai a ficha, e eu volto para o meu mundinho onde a batalha continua pela sobrevivência diária. E, mais um jornal nas ruas (Carlinhos Lira nos arredores do bairro Nova Gerty).