A tecnologia inova e se renova com o objetivo de possibilitar mais conforto e comodidade para toda uma sociedade. No entanto, na mesma velocidade dos avanços tecnológicos, criminosos sempre pensam à frente e tentam, e muitas vezes atingem o êxito, aplicar golpes com as novas funcionalidades.
O PIX, plataforma criada pelo BCB (Banco Central do Brasil), para pagamentos e transferência de valores de forma instantânea com poucos cliques e em tempo recorde, é amplamente utilizado por quadrilheiros na extorsão de suas vítimas.
Mas, no Brasil, os criminosos mais uma vez inovam. Bandos especializados usam nome de advogados renomados para tirarem vultuosas quantias de suas vítimas.
Entre os profissionais do Direito vítima dos quadrilheiros, o advogado de São Caetano do Sul Leandro Scudeiro. Ele teve o nome envolvido no golpe.
Como agem os bandidos: de posse de dados reais de clientes e advogados, os quadrilheiros fazem contato por ligações telefônicas ou mensageiros instantâneos e informam que determinado processo, precatório, é causa ganha, ou seja, para que a quantia em dinheiro seja depositada, a parte interessada precisa pagar algumas custas cartorárias e judiciais.
Para isso, um valor de aproximadamente R$ 5 mil é solicitado e o pagamento deve ser executado via PIX. No entanto, os dados bancários informados pelos golpistas pertencem a uma terceira pessoa e com agência, normalmente, segundo apurou esta FOLHA, na Asa Sul, em Brasília.
Feito o pagamento, a quantia é rapidamente sacada, causando sérios prejuízos às vítimas.
O advogado Leandro Scudeiro afirma que assim que soube do uso indevido de seu nome para fins criminosos registrou boletim de ocorrência.
O profissional destaca que as informações sobre o advogado, dados das partes envolvidas no processo e valores, por exemplo, são facilmente levantados com buscas rápidas na internet, isso porque, "todo processo é público, exceto aqueles em segredo de justiça", discorre Leandro Scudeiro.
Algumas ações podem ser tomadas pelos clientes que, se adotadas, reduzem os riscos de golpe. Ao receber qualquer comunicação por mensageiro instantâneo, verificar a grafia, em grande maioria os textos escritos pelos criminosos carregam muitos erros gramaticais e de grafia.
Outro ponto a ser destacado. Os criminosos falam em precatórios, processos esses contra instituições públicas. Caso o cliente, por exemplo, tenha ações contra empresas ou pessoas, o termo precatório não se enquadra.
Cobranças de pagamentos de honorários ou custas são informadas em contrato, com o escritório ou advogado instituído e os pagamentos, nunca devem ser feito a terceiros.
Em caso de dúvidas o advogado ou escritório devem ser consultados, antes da efetivação dos pagamentos.