Exu, carregado de preconceitos, leva o Carnaval do Rio

Desde 1993 no Grupo Especial do Carnaval do Rio, a Grande Rio conseguiu seu primeiro título somente neste ano, com um enredo que enche de medo – e preconceito – muita gente: Exu, um dos orixás mais emblemáticos das religiões de matriz africana. No imaginário popular brasileiro, o orixá é amplamente visto como figura ligada ao diabo ou à maldade. Dentro dos terreiros, no entanto, Exu mobiliza grande devoção dos frequentadores. Todos eles estão em busca de ajuda espiritual, conselho, proteção ou abertura de caminhos. Na terça, horas depois do anúncio do resultado, por exemplo, cerca de 100 pessoas lotaram a pequena sala do terreiro de umbanda Caboclo 7 Pena Branca e Zé Pelintra, em São Caetano. "A gente tem que levar o nome de Exu adiante. São entidades de força. Sem eles não há ser humano, ninguém fica de pé", dizia o pai de santo Eduardo Jordan Neves, 39, na abertura dos trabalhos da casa. Aos que acreditam, parabéns. Aos que não acreditam, respeito, seria um conselho sábio para todos os credos e religiões. (Carlinhos Lira, nos arredores da Nova Gerty).