Saúde Mental de São Caetano capacita equipe da Atenção Básica em avaliação e manejo de prevenção ao suicídio

As equipes da Estratégia Saúde da Família composta por Agentes Comunitários de Saúde, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, dentistas, auxiliares de saúde bucal e médicos da Atenção Básica de São Caetano foram capacitados sobre Avaliação e Manejo de Prevenção ao Suicídio na Atenção Básica. O primeiro grupo, com 180 profissionais, foi capacitado pela Saúde Mental, nesta segunda-feira (12/9), no auditório do CISE João Nicolau Braido. Na quinta-feira (15), mais uma turma com 185 colaboradores participará da ação.

O reconhecimento de indivíduos suscetíveis, fatores de proteção, avaliações de risco (baixo, médio e alto) com manejo necessário, casos de urgência e emergência, o que fazer ao identificar sinais de risco, situações que necessitam de intervenções e a forma de abordar o paciente estavam entre os temas da capacitação.

“Sabemos o quanto as UBSs recebem esses pacientes. Nos últimos anos, o cenário mudou muito, recebemos cada vez mais casos de problemas em saúde mental. O suporte e apoio da atenção básica são fundamentais, as equipes precisam estar atentas e saber identificar possíveis casos. Temos visto muitos casos graves e complexos”, explicou a coordenadora da saúde mental, Flávia Ismael.

Entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112.230 mortes por suicídio, o que representa aumento de 43% de 2010 para 2019, saltando 9.454 casos (2010) para 13.523 (2019). Hoje, são cerca de 30 suicídios, por dia, no Brasil.

A empatia e boa percepção da equipe de saúde são fundamentais. Estudos indicam que 75% das pessoas que tentaram suicídio procuraram um serviço de cuidados primários antes desse ato. E, em média 45% dos suicidas procuraram atendimento médico um mês antes do ato. “A atenção básica precisa estar preparada para reconhecimento e manejo das questões relacionadas à saúde mental como depressão, ansiedade e ideação suicida”, afirmou a diretora da atenção básica, Gabriela Vaccarezza.

Em números absolutos, a depressão é a doença psiquiátrica que está mais associada ao suicídio. A associação entre o suicídio e transtornos mentais é de cerca de90%, com prevalência maior entre os quadros de depressão. “Ao longo da vida estima-se que haverá pelo menos um episódio de depressão em 25% das mulheres e entre 10 a 12% dos homens. A doença tende a ser crônica e recorrente, se não for tratada”, explicou Flavia.

A capacitação faz parte das ações do Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Essa campanha foi criada no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Gisele Lopes (MTb – 29.334)
12/9/2022

Fotos: Alexandre Yort / PMSCS