São Caetano participa de projeto piloto na capacitação da Atenção Primária em Saúde Mental

Uma grande parceria nasceu do I Congresso de Telemedicina, Inovação e Tecnologia em Saúde, realizado pela Prefeitura de São Caetano do Sul, em maio. A ImpulsoGov, organização sem fins lucrativos que impulsiona o uso inteligente de dados do SUS, procurou a administração para um projeto gratuito para implementação de cuidados de Saúde Mental na Atenção Primária, com capacitação de profissionais.

A proposta foi capacitar um enfermeiro de cada Unidade Básica de Saúde, três psicólogos do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) e um psicólogo do CAPS Álcool e Drogas para que possam identificar, acolher e ofertar cuidados primários de saúde mental a pessoas com sintomas depressivos leves a moderados. A Prefeitura de São Caetano é a primeira que participa do projeto.

A ONG já trabalha com uma plataforma gratuita com indicadores de saúde mental, que auxilia na gestão dos serviços públicos. Em São Caetano, um projeto piloto do Modelo de Cuidados em Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde iniciou em setembro com capacitações de 16 profissionais, incluindo equipes de enfermagem e psicólogos.

“Após a pandemia, a saúde mental se destacou como um dos maiores problemas de saúde pública. Será um desafio durante, pelo menos, uma década para encontrarmos um ponto de equilíbrio entre a demanda e os profissionais que devem encontrar os problemas e tratar casos bem graves que estamos enfrentando. O projeto da ImpulsoGov veio em um momento em que estamos investindo em capacitação de profissionais não apenas de saúde mental, mas de toda Atenção Básica”, afirmou a secretária de Saúde, Regina Maura Zetone.

Na segunda quinzena de setembro dois treinamentos foram realizados com o grupo de profissionais, o primeiro de forma online e o outro presencial. “Temos ofertado diversas capacitações para nossas equipes de saúde mental, mas esse treinamento oferece mais um recurso para que a equipe da Atenção Básica possa manejar casos leves e moderados com apoio do psicólogo do Nasf. Eles estarão prontos para abordagens baseadas em técnicas de terapia interpessoal. Depois da pandemia, a prevalência de casos que vinha aumentando foi catalisada e cresceu de forma muito rápida. Vejo hoje muitas pessoas com muito sofrimento psíquico. Por isso, é fundamental que médicos e enfermeiros saibam minimamente realizar diagnósticos de depressão e sofrimento psíquico, o que é transtorno de ansiedade e ansiedade normal” destacou Flavia Ismael, coordenadora da Saúde Mental de São Caetano.

Em outubro, os profissionais iniciaram a etapa de identificar pessoas com sintomas depressivos leves a moderados no território e passarão a conduzir um ciclo de atendimentos, sob a supervisão semanal de especialistas, que será realizada de forma remota, ao longo dos próximos meses. Cada profissional vai conduzir um ciclo de atendimentos com três cidadãos, sob a supervisão semanal de especialistas, que será realizada de forma remota. Essa etapa terá duração de três meses.

“A ideia é que ao fim do processo eles estejam aptos a fazer a escuta e acolhimento sozinhos. O engajamento dos profissionais na formação é impressionante. A seleção foi muito boa. Eles terão uma nova rotina em algum momento da semana, que inclui a abordagem relacionada à saúde mental. Estamos oferecendo instrumentos para que a Atenção Básica atue nestes casos de forma cada vez melhor”, explicou o diretor-executivo da ImpulsoGov, João Abreu.

A educação continuada e permanente tem sido adotada pela Secretaria de Saúde como espaço de discussão fundamental em ações pontuais e certamente fará a diferença a longo prazo.

Gisele Lopes (MTb 29.334)
5/10/2023

Fotos: Divulgação/ImpulsoGov