Definitivamente, a população ainda não entrou no clima eleitoral. A pesquisa que o Jornal da Região apresentou, e que é registrada na presente edição, na verdade é a ‘eleição para a eleição’. Trata-se dos nomes se apresentando, tal qual uma dança de acasalamento, aos olhos do prefeito Auricchio, para se mostrar o mais viável para ser o candidato da chapa governista.Levando-se em consideração os números, são três os nomes viáveis até aqui: Tite Campanella (Cidadania), Regina Maura Zetone (PSDB) e Leandro Prearo (PSD). Tite obviamente sai na frente, liderando os dois cenários, inclusive em um embate direto com Regina Maura. Tem a seu favor a boa gestão como prefeito interino, o nome tradicional, a experiência política e um forte apoio na Câmara. Além disso, é popular, especialmente junto aos comerciantes. E anda muito pela cidade. Pesa contra o fato de fazer parte da Federação PSDB-Cidadania, mas não ser um tucano, como o prefeito. Mas exibe musculatura até para uma aventura fora do arco governista, o que embolaria, e muito, o cenário. Seria uma dor de cabeça para Auricchio.Regina Maura tem uma folha de serviços prestados à cidade respeitável. É gestora competente e leva a Saúde com mãos de ferro. Mas tem uma derrota nas costas, para Paulo Pinheiro, em 2012. Na ocasião, foi massacrada em nível pessoal pelos pinheiristas (muitos deles hoje posando de auricchistas) e não se sabe se está preparada, emocionalmente inclusive, para ser atacada duramente de novo. Mas seria o nome do gosto do prefeito, pela confiança de que goza e pelo tempo em que trabalham em parceria. Sem falar que é presidente do PSDB.Leandro Prearo também tem muito a mostrar. Nunca um reitor colocou tanto a USCS a serviço da cidade como ele. Muitos dos tentos do governo Auricchio têm a universidade tocada por Prearo por trás. Talvez não tenham dado a devida publicidade a isso, até porque nos bastidores de governos, puxar tapete é frequente. Seu preparo acadêmico é invejável, um dos melhores da cidade. Está em um partido forte, que tem Gilberto Kassab como grande cacique – alguém com quem Auricchio tem excelente relacionamento. Rema contra ele o fato de ter feito muito, mas em pouco tempo. É um neófito na política e não muito conhecido pelo povo.Aqui, no entanto, há de se considerar que, historicamente, Auricchio tem cerca de 30% do eleitorado a ser favor, e transferiu isso para Regina Maura quando ela foi candidata. Nada indica que o mesmo não aconteça agora com o ungido da vez. Prearo também tem baixa rejeição. E o fator ‘novo’ nem sempre é um problema, quando se tem a máquina a tracionar a puxada de votos.O desfecho dessa ‘eleição para a eleição’ só deve acontecer em abril, quando Auricchio deve bater o martelo. Por enquanto, todos têm sua benção. Ele está de espectador da luta fratricida pelos que almejam ser seu escolhido (a).Quanto à chapa de vereadores, deve sair em março. Aqui, estar na chapa governista não quer dizer muita coisa. Além do fator personalista, pesa muito a força da máquina. Serão os nomes escolhidos a dedo pelo prefeito para disputar as agora 21 cadeiras que saem na frente. Isso quer dizer mais reuniões, mais prestígio, mais material de campanha, entre outros detalhes.Ainda tem muita água para passar por debaixo dessa ponte. A conferir.
