É das tarefas mais complexas comandar clinicamente um sistema composto por três hospitais de grande porte. Como numa orquestra, o responsável deve garantir que todos os instrumentos toquem em perfeita sintonia, para que o resultado agrade a todos. Pois é isso que faz o Dr. Arthur Rente, que desde 2021 exerce o cargo de diretor clínico do Complexo Hospitalar de Clínicas de São Caetano do Sul, composto pelos hospitais Marcia Braido, Maria Braido e Euryclides de Jesus Zerbini.
O cardiologista, que também atende no HCor, em São Paulo, um dos hospitais referência no Brasil em sua especialidade, é também conhecido pela maneira humana como atua. Gentil, prestativo, dá atenção a todos, além de ser dono de um conhecimento impecável. Está no serviço público desde 2017. Ele falou com a FOLHA sobre os desafios que enfrenta no seu cotidiano, sobre Saúde Pública e mais. Confira os principais trechos:
FOLHA – O doutor formou-se e fez residência onde? Tem quantos anos de carreira?
Dr. Arthur Rente – Tenho 10 anos de carreira. Sou formado na Universidade Anhembi Morumbi, com especialização em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, atuando no hospital do coração HCor, e cardio-oncologia pelo INC/INCA.
FOLHA – Dr., o senhor, como diretor clínico do Complexo, rege uma verdadeira orquestra de três grandes hospitais. Quais as aptidões são necessárias para esta função?
Dr. Arthur Rente – Primeiramente, entender a qualidade de ponta ofertada pelo serviço, saber ter discernimento dos casos e poder ofertar o melhor tratamento a todos.
FOLHA – Quais são os maiores desafios que enfrenta?
Dr. Arthur Rente – Com o aumento de usuários do sistema público de saúde, buscar a readequação do serviço para manter a excelência e também atualizar os protocolos e trazer novas tecnologias de tratamento com o movimento natural de evolução da medicina.
FOLHA – O morador de São Caetano é naturalmente exigente com a Saúde Pública. Isso se deve à oferta de diversas especialidades e procedimentos?
Dr. Arthur Rente – Não só isso, mas também da agilidade de tratamento, superior a de muitas operadoras de saúde, e também os altos índices de resolubilidade.
FOLHA – Temos uma Saúde de primeiro mundo? O que precisa melhorar?
Dr. Arthur Rente – Nossa Saúde tem os melhores índices da região, tendo o serviço contando com especialistas e seguindo os níveis de acreditação para qualidade, mas sempre temos que melhorar, buscar excelência e atualização em tudo.
FOLHA – Ter um prefeito médico muda alguma coisa? O prefeito Auricchio tem um olhar diferenciado?
Dr. Arthur Rente – Com toda certeza. O prefeito nos dá a liberdade de trazer melhorias e novos tratamentos ao hospital, ao passo que por ser médico também traz uma cobrança pela qualidade do serviço prestado, com um olhar extremamente técnico.
FOLHA – Quais os números do Complexo? Quantos pacientes passam por mês nos hospitais?
Dr. Arthur Rente – Somos um complexo que atende às mais diversas clinicas, como por exemplo cirúrgica, obstétrica, pediátrica, oncológica e médica. Em situações de sazonalidade pediátricas a demanda passa de 6.500 atendimentos por mês, o bloco cirúrgico conta com cirurgias e atendimento obstétrico 24 horas ininterruptas, além das internações.
FOLHA – Com a chegada do Pronto Cardio, o que vai mudar?
Dr. Arthur Rente – Falo com muito carinho desse tema, visto que o Pronto Cardio trará um benefício imensurável ao município, algo inédito na região. Passaremos a tratar plenamente o paciente em suas demandas cardiológicas, utilizando os tempos preconizados pelos guidelines internacionais, otimizando consideravelmente a brevidade da resolução do problema.
FOLHA – O doutor também atende no HCor, um dos hospitais referência no Brasil em sua especialidade. Gostaria que comentasse como tem sido essa experiência.
Dr. Arthur Rente – Extremamente enriquecedora. Posso trazer o que há de melhor na cardiologia e associar ao nosso munícipio, usando o termo técnico, fazer um benchmarking, ou seja, trazer a referência e seus modelos de governança para nosso serviço.
FOLHA – Nas poucas horas vagas que tem, quais são seu hobbies?
Dr. Arthur Rente – Gosto muito de estar com minha família, viajar, e, claro, como bom brasileiro, assistir futebol.
FOLHA – Gostaria que falasse sobre sua família. É seu refúgio de paz em meio a tanta tensão?
Dr. Arthur Rente – Minha família é meu maior alicerce e incentivadora. Agradeço minha esposa Bárbara por partilhar (digo até mesmo aturar) essa minha paixão pela Saúde, que, em muitas, ou melhor, a maioria das vezes, não tem dia nem horário para ser chamado. Ela é o amor da minha vida. Minha filha Liz, meu maior presente e tesouro, tudo que faço é para propor e ser o exemplo para ela. Ser pai é uma realização e um sentimento inexplicáveis. Como uma pessoinha é capaz de gerar tanto amor? Gostaria também de deixar todo meu agradecimento e amor aos meus pais Arthur e Marta e minha irmã Flavia, que desde sempre me apoiaram e me ajudaram nas minhas escolhas, e no meu sonho de ser médico, por muitas vezes abdicando de suas vidas e necessidades para eu poder alcançar meu sonho. Eu os amo muito, são minha base, minha estrutura.