Família de coruja em risco de extinção faz morada em cemitério

Árvore no Cemitério da Vila Assunção, em Santo André, se transformou em lar para família de cinco corujas da espécie mocho-diabo (cujo nome científico é Asio stygius). A ave, mais comum em áreas de floresta, está entre aquelas que correm risco de extinção a médio prazo.

Sargento Juliano, diretor-superintendente do Serviço Funerário de Santo André, destaca ter sido um dos primeiros a encontrar o casal e três filhotes de coruja há cerca de três semanas. “Sempre que lembro vou dar uma olhada nelas. Os filhotes permanecem juntos o dia todo. Os pais ficam em lados opostos da árvore e caçam à noite para alimentar os pequenos”, destaca. Este é o segundo ano seguido que os animais fazem ninho na mesma árvore, conforme os funcionários do cemitério.

O biólogo Alex Sandro Casemiro observa que o fato de a família ter feito ninho na copa da árvore do Cemitério da Vila Assunção indica que consideram o local seguro. O mais provável é que o grupo tenha migrado para o centro urbano em busca de alimentos. “São aves de hábitos noturnos, então é difícil encontrá-las durante o dia, quando ficam camufladas nas folhas das árvores.”

O nome mocho-diabo, explica o biólogo, se dá pela característica física da coruja: tem coloração escura, duas penas na cabeça que se assemelham a chifres. Além disso, à noite, quando há reflexo da luz, os olhos ficam vermelhos. “Esses animais se alimentam de pequenas aves, insetos e pequenos vertebrados, como os ratos. O ideal é manter essa ave no local onde se instalou e conscientizar a população para que não a incomode”, aconselha Casemiro.

O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informou, por meio de nota, que será feita visita ao cemitério ainda nesta semana para que seja avaliada a necessidade de remoção da família. Se necessário, o grupo será enviado a um centro de reabilitação de fauna silvestre ou centro de triagem de animais silvestres. “Esta espécie é considerada ameaçada de extinção na categoria vulnerável, ou seja, apresenta alto risco de extinção a médio prazo”, completou a autarquia.

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